A exposição comemorativa dos 50 anos de carreira de Roberto Carlos investigava a obra, a criatividade, a maneira como Roberto Carlos traduziu o Brasil das últimas cinco décadas e como o Brasil foi tocado por suas letras, melodias e personalidade. A exposição ocupou os quatro pisos e oito mil metros quadrados da OCA, e em cada piso focou-se um aspecto dessa trajetória. 

Ao entrar na Oca, ficavam expostos o famoso calhambeque, além de outros carros da coleção do artista, os seus troféus, os Globos de Ouro, os bonecos fabricados nos anos 60 e 70, as roupas, as guitarras antigas, e tantas outras memorabílias. Jogos interativos como o Na Boca do Povo, no qual o desafio é completar trechos das letras do Rei ou outro no qual, através do toque em uma membrana flexível, se pode ver a mudança do olhar carismático de Roberto Carlos em fotos marcantes de sua carreira, aproximavam o visitante da mito. Além disso, cabines de karaokê davam oportunidade de cantar e gravar versões para depois ouvi-las na internet. Uma cronologia de cada década mostrava o Brasil e o artista, através de textos, vídeos, fotos, clippings e depoimentos.

No subsolo, um estúdio oferecia ao qual o visitante a chance de mixar voz e instrumentos em músicas como “Emoções” ou de estar no leme de Lady Laura, em um momento que relembra seu forte vínculo espiritual com a natureza. Um túnel leva a esse pier, no qual imagens da natureza são projetadas de forma interativa e onde ouvimos as canções que Roberto Carlos fez sobre. 

O andar todo fala de sua relação com os fãs: mostra os presentes enviados ao ídolo, uma seleção feita por Marcelo Tas de vídeos e slide shows enviados por internautas, que foram inspirados nas músicas do Rei. Um mar de rosas no Olho da Oca, lembra o gesto tradicional de Roberto a cada show, no qual presenteia seus fãs com rosas vermelhas. E no auditório da OCA, uma recriação de um trecho do Programa Jovem Guarda onde o visitante estará cercado por imagens como se estivesse dentro do auditório onde o programa era gravado.

Subindo ao primeiro andar, o visitante se depara com um grande labirinto de vidro com diferentes ambientes envidraçados, no qual apresentaremos os amigos que Roberto Carlos cultivou através dos anos, amigos que vão de Luciano Pavarotti ao Papa João Paulo II, de Caetano Veloso e Maria Bethânia a Tom Jobim e Chitãozinho & Xororó, com um espaço especial para o maior parceiro de Roberto Carlos em todos os tempos: Erasmo Carlos. Um local dedicado ao Tremendão, roqueiro e amigo de fé. O público é convidado a sentar em bancos de carros de onde o som emana e a assistir em uma grande projeção a um vídeo especialmente feito sobre o grande parceiro e compositor. Outro local especial fala de sua cidade de origem: Cachoeiro. E na varanda desse andar criamos um espaço para os já clássicos filmes de aventura de Roberto Carlos nos anos 60. 

No topo da Oca, um espaço reflexivo, onde o público possa vivenciar a forte relação espiritual presente na obra de Roberto Carlos, debaixo de um céu de estrelas.

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Fotos: Cláudia Schembri