OS TRÓPICOS | Visões a partir do centro do globo
CCBB Rio de Janeiro, 2007-08
Trópicos tem como objetivo fomentar as relações Sul-Sul, como entre América do Sul e Ásia Tropical ou Oceania e África. A exposição, com curadoria de Alfons Hug, Viola König e Peter Junge, justapõe de forma inédita a arte antiga e contemporânea da região compreendida entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio, que há mais de um século nos servem de inspiração para artistas de todo o mundo.
A mostra está organizada em cinco módulos temáticos - do Museu Etnológico de Berlim foram trazidas 130 peças antigas (nunca antes vistas fora da Alemanha) vindas de países tropicais como a Indonésia, a Índia, o Sri Lanka e a Tailândia, de nações da África e da América Tropical. São peças dos séculos XIX e XX, como máscaras, esculturas em ferro e madeira e vestimentas, que convivem com a arte plumária indígena vinda do Museu do Índio do Rio de Janeiro e com 87 trabalhos contemporâneos - e que procuram corrigir a noção errônea sobre a região entre os trópicos ser atrasada, assim como decifrar seus fluxos energéticos.
As peças do museu de Berlim dividem o espaço com obras contemporâneas de 23 artistas (dentre os quais os brasileiros Walmor Corrêa e Caio Reisewitz, entre outros). Lado a lado, ancestrais, divindades, animais, mitos, utensílios e instrumentos musicais, pinturas, fotografias, vídeos e instalações contemporâneos. Planta Monstro do Escritório, instalação de 30 metros de altura de Gerda Steiner e Jörg Lenzlinger, que ocupa a rotunda do CCBB cetros de penas do Museu do Índio são dispostos próximos a vestimentas guatemaltecas e multicoloridos tecidos panamenhos. "Sou cético com relação à existência de uma arte típica dos trópicos", explica Peter Junge, curador do museu em Berlim e um dos curadores da exposição.