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BOSSA NA OCA
Oca - Ibirapuera, São Paulo, 2008

Uma exposição audiovisual sobre a Bossa Nova é necessariamente uma viagem ao passado recente do Brasil. Paradoxalmente, é também o vislumbre de um futuro que os brasileiros esperam próximo. A revolução estética ocorrida na música popular, entre 1958 e 1964, produziu canções que ainda são tão inovadoras e perenes quanto outros grandes momentos da expressão brasileira nesse breve período. Como um gol de Pelé ou uma Oca de Niemeyer, a música da Bossa Nova é o resultado de uma sondagem audaz, que encontra em nossa raiz cultural mais profunda uma linguagem moderna e universal. Dessa maneira, a Bossa Nova transcende a própria música. É um desses momentos únicos da nossa história a prefigurar um Brasil mais autoconfiante e feliz, que ao mesmo tempo em que passa a acreditar em sua própria cultura, não tem medo de dialogar com as outras. (Carlos Nader e Marcello Dantas, curadores)


O maior desafio de 'Bossa na Oca' foi transformar um assunto imaterial, como a música e o espírito da Bossa Nova, em exposição material. Realizada no prédio da Oca de Oscar Niemeyer, no Parque do Ibirapuera, a exposição proporcionava imersão total, conciliando mídias através do uso de uma linguagem contemporânea, de tecnologia e uma aprofundada pesquisa histórica e de imagem.

O andar térreo recebe o visitante com a cronologia do movimento musical, uma longa bancada curva retro-iluminada que acompanha as linhas de arquitetura do edifício. A expressão artística não é representada apenas através de Niemeyer, mas também de obras cedidas pelo ItaúCultural para a exposição, com artistas consagrados como Bruno de Giorgi, Sergio Camargo e Maria Martins. Também no térreo, enormes jukeboxes oferecem ao público a oportunidade de viajar pelas capas dos discos dos intérpretes da Bossa Nova, enquanto escutam as diversas canções.

O primeiro andar traz os filmes dos grandes personagens da Bossa Nova. Miguel Faria Jr. criou uma versão reduzida para o seu documentário 'Vinícius', falando de Vinícius de Moraes. Dora Jobim dirigiu 'Vou te contar' sobre o maestro Tom Jobim, e Belisário França o documentário 'Turma da Bossa'. Também nesse andar, com curadoria de Benjamin Taubkin, o 'Ouvido da Bossa' explica a genialidade da Bossa Nova e a suas origens. No centro do andar, o silêncio, em forma de uma câmara anecóica, que proporciona ao público a experimentação e valorização do silêncio, sem o qual não existiria música.

No topo, projetado na cúpula da Oca, o 'Enorme Mar', um sobrevôo da cidade do Rio de Janeiro, não apenas o cenário do movimento, mas musa inspiradora. Ao som de clássicos da Bossa (tocados em caixas estratégicamente embutidas em um gigante sofá) o visitante tem a chance de parar, para apenas contemplar.

O subsolo literalmente transporta ao período da Bossa. A praia de Copacabana foi literalmente trazida a São Paulo, reconstruída com pedra portuguesa e areia. Haná Vaisman e Raquel Couto contam "Dez Coisas", dez filmes sobre personagens, shows lendários, locais e histórias da Bossa Nova. Aqui se descobre, entre tantas outras coisas, como Maria Bethânia começa a carreira como substituta de Nara Leão.

Por fim, um grande encontro. Através de uma tecnologia inovadora, o Eyeliner, diversos intérpretes da Bossa se unem em uma Jam histórica: aqui Johnny Alf faz duo com Ella Fitzgerald, Vinícius abre para Sammy Davis Jr. e Tom Jobim canta com Frank Sinatra, entre tantos outros.

Ita£ 1
Jukebox 1
Ita£ 2
Geral 2
Marz∆o 2
Marz∆o 1
O silàncio 1
Partituras 2
Praia 1
Praia 2
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