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RAPTURE | Ai Weiwei
Cordoaria Nacioal, Lisboa, Portugal, 2021

Para Ai Weiwei, Rapture é um pouco de todas essas ideias tomando forma numa exposição inédita que propõe apresentar as duas dimensões criativas de um artista ícone dos nossos tempos: realidade e fantasia. 

 

Se, por um lado, Ai Weiwei é um notório ativista político, símbolo da resistência à opressão e defensor dos direitos civis e da liberdade de expressão, com uma ampla produção artística que marcou a luta nas últimas décadas; por outro  também é um articulador das raízes culturais mais profundas da humanidade, em especial das tradições e iconografia chinesas, perdidas ou esquecidas desde a Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung (1966 – 1976).  Essa dimensão mais fantástica, mística e espiritual é um elemento forte, porém menos notório na sua obra.  

 

A pesquisa por materiais, técnicas e elementos simbólicos de outros tempos é um trabalho de arqueologia cultural que faz parte da busca pela identidade que a China perdeu e atualmente sofre pela desconexão com as suas raízes.

 

A exposição divide-se em dois núcleos/flancos: um é o lado da fantasia, onde essa origem é explorada; e o outro incide sobre a realidade e a emergência de assuntos que transbordam nas nossas vidas com o agravamento das condições humanas no planeta. Seja por razões políticas, ambientais ou sociais. Ai Weiwei oferece-nos uma visão atenta a questões essenciais que afligem todos os povos, tais como de onde viemos e o que estamos a aqui a fazer. 

 

Algumas das obras históricas que estarão expostas são Snake Ceiling (2009), uma grande instalação em forma de serpente constituída por centenas de mochilas de crianças, em memória aos estudantes mortos no terremoto de Sichuan, em 2008;  Circle of Animals (2010), na qual o artista revisita uma série de esculturas composta por doze cabeças de animais do zodíaco chinês que adornavam uma fonte no jardim Yuanming Yuan, nos arredores de Pequim, durante a dinastia Qing; e Law of the Journey (Prototype C) (2016), que consiste num barco insuflável de 16 metros de comprimento com figuras humanas e faz alusão a um dos temas mais recorrentes na obra do artista: a crise global de refugiados. No decorrer da exposição, haverá um ciclo de documentários sobre a vida e trabalho de Ai Weiwei.

Fotos: Juliette Bayen

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